quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Submerso

Encontro-me no fundo do mar
Enquanto o Sol emana o seu brilho,
Sigo em busca de um trilho
Que me faça voltar a respirar.

Nestas profundas águas turvas
Deparo-me com algumas barreiras
Adquiro algumas frieiras
Perco-me por estas curvas.

Daqui eu quero sair...
Grito para o meu interior
Tentando acalmar esta dor
E do fundo deste mar emergir.

No silêncio me refugio
Mostrando meu lado de herói
Que não me mata mas mói
Mantendo-me preso por um fio.

Submerso, assim estou eu
Sinto-me cada vez mais a afundar
Na imensidão deste mar
Onde me questiono: Que aconteceu?

2º classificado "Concurso Luís Garcia"

Palavras

Hoje o dia está cinzento
Nas palavras me refugio
Vindas até mim pelo vento
Pela corrente deste rio.

A caneta não quer descansar
Nesta folha cor de mel
A sua tinta parece não findar
Fazendo círculos tal um anel.

São palavras escritas sem esforço
Como se um truque de magia se tratasse
Saltitam como saídas de um poço
Brincam como se a vida não acabasse.

Palavras simples, suaves
Vindas do fundo da alma
Palavras sem entraves
Mostram a minha calma.

São palavras que me serenam
Neste mundo sem vida e sem paz
Passam por mim e acenam
Como que dizendo: Tu és capaz!

quarta-feira, 4 de março de 2015

Reencontro com o silêncio

Aqui estou eu vazio.
Vazio de pensamentos, longe de lugares cheios.
Cheios de gente em correria, poluição, futilidades.
Aqui estou vazio, mas sinto-me cheio.
Minha alma sorri de encantamento.
Aqui me encontro perdido, mas sei onde estou.
De onde venho, perdido estou, sem saber quem sou nem para onde vou.
Aqui me encontro com a profundeza do meu Ser.
Aqui, acorda em mim todo o esplendor da vida.
Sei quem sou, para onde vou.
Aqui estou eu sem incertezas, receios ou medos.
Aqui estou eu, mas tenho que voltar.
Voltar para a multidão, muitas vezes vazia. Assim como eu.
Mas aqui estou vazio. Vazio de pensamentos...





quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Vive!

É... A vida é assim...
Todos um dia partimos
Nossa função terá fim
Sem fazermos o que sentimos.

O ser humano é complexo
Parece gostar de sofrer
Faz coisas sem nexo
Não faz o que dá prazer.

Nascemos, crescemos e morremos
Nossa vida é uma passagem
Porque não fazer o que queremos?
Será para manter nossa imagem?

Todo nosso tempo de vivência
Deveria ser para viver
Não para proclamar demência
E até à morte nos prender...

Vive...Olha a vida a passar
Sente...
O teu coração vibrar.

Nós temos o poder
Basta todos nós querer
Alegria dar ao nosso viver
Para não sofrer até morrer.

Não me venhas com histórias
Que a lei de Deus devemos seguir
Fale-me de boas memórias
E verás o quanto é bom sentir.

Segue a tua intuição
Não deixes nada por fazer
Fará bem a teu coração
E dar-te-á muito prazer.

Um dia irás perceber
Que talvez até tenha razão
Vais olhar para trás e ver
O que aprendeste nesta canção.

Segue...
Não tenhas medo
Vai...
Desfruta o teu segredo.

Asas de brincar

Ganhei asas para voar
E para sul me desloquei,
Por montes e vales flutuei
Até o mar avistar.

Por arrogantes gaivotas passei
Com minhas asas de brincar,
Sobre o imenso mar, a voar
Foi o que sempre sonhei.

Todos os locais sombrios que imaginei
Numa trincha peguei e os matizei
Ao som da mais bela melodia.

Ganhei asas, alcancei a coragem
Para atravessar a difícil barragem
E ultrapassar esta dura batalha…

Para ti

Ao mundo vieste tu
Frágil como uma bola de cristal
Ao mundo vieste dar
Algo mais para combater o mal...

Cresceste e jovem ficaste
Com a vontade de lutar,
Lutar pela felicidade
Lutar pela vontade de amar...

Agora que és jovem
E que sabes o valor da amizade,
Que sabes o real valor da vida
Mantém SEMPRE esse teu espírito de vontade!

Parado no tempo

Olho para o meu relógio de pulso
Vejo seus ponteiros a andar
Espero algo que me sirva de impulso
E reparo que o tempo não quer passar.

Vejo-me no meio do nada parado
O mundo, esse continua a girar
Espero um dia ser coroado
E no palco da vida brilhar.

Estou neste momento num impasse
Sinto-me como um caranguejo
Olho o espelho, não vejo minha face
Tento expressar-me, mas gaguejo.

Acordo, mais um dia pela frente
O tempo, esse continua sem passar
mesmo assim, mostro-me sorridente.

Estático, ao futuro tento rumar
Mas meu corpo parece dormente
Insisto, com minha força de amar...