quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Submerso

Encontro-me no fundo do mar
Enquanto o Sol emana o seu brilho,
Sigo em busca de um trilho
Que me faça voltar a respirar.

Nestas profundas águas turvas
Deparo-me com algumas barreiras
Adquiro algumas frieiras
Perco-me por estas curvas.

Daqui eu quero sair...
Grito para o meu interior
Tentando acalmar esta dor
E do fundo deste mar emergir.

No silêncio me refugio
Mostrando meu lado de herói
Que não me mata mas mói
Mantendo-me preso por um fio.

Submerso, assim estou eu
Sinto-me cada vez mais a afundar
Na imensidão deste mar
Onde me questiono: Que aconteceu?

2º classificado "Concurso Luís Garcia"

Palavras

Hoje o dia está cinzento
Nas palavras me refugio
Vindas até mim pelo vento
Pela corrente deste rio.

A caneta não quer descansar
Nesta folha cor de mel
A sua tinta parece não findar
Fazendo círculos tal um anel.

São palavras escritas sem esforço
Como se um truque de magia se tratasse
Saltitam como saídas de um poço
Brincam como se a vida não acabasse.

Palavras simples, suaves
Vindas do fundo da alma
Palavras sem entraves
Mostram a minha calma.

São palavras que me serenam
Neste mundo sem vida e sem paz
Passam por mim e acenam
Como que dizendo: Tu és capaz!